terça-feira, 27 de outubro de 2009

Antes tarde do que nunca

Demorei, mas postei. Na verdade enrolava um pouco para postar, pois tinha além do escasso tempo para a internet outras atividades que de certa maneira me sugam demais. Mas, vamos lá. Esse blog, na verdade, é um espaço para o empreendimento e uma tarefinha nada muito fácil. Como um dos instrumentos de avaliação da disciplina Epistemologia da Linguística ministrada pelo Professor Roberto L Baronas a vida deste blog tem um fim. Fim no duplo sentido. Aqui postarei textos sobre as aulas, sobre as leituras, as impressões, as dúvidas, enfim, uma conversa sobre epistemologia da linguística. E para começar a empreitada gostaria de dizer que essa disciplina é uma das que me impressionou desde o começo dos cursos do segundo semestre. Primeiro pelo fato de ser ministrada por um Senhor da linguística que muito entende do que faz. O meu orgulho advém sempre quando encontro pessoas felizes com o que fazem e, por isso, o fazem de maneira vibrante e intensa. Esse é o caso do Prof. Baronas e de sua disciplina. Está sendo um prazer, a bem da verdade. O grande mote desse curso é, em poucas palavras, nos introduzir às diversas correntes teóricas que marcaram (e ainda marcam!) a nossa recente ciência. Recente como ciência, apenas. A linguagem, como bem sabemos, existe desde quando existiu o encontro de duas pessoas. O homem primitivo encontrando um outro com as mesmas características sentiu necessidade de se comunicar e, para isso, utilizou de mecanismos e instrumentos que nada mais foram que a linguagem. É por meio dela que estabelecemos a comunicação, interferimos no mundo, criamos verdades e falsas realidades e o mais (in)crível: falamos da própria linguagem. Se sublinhasse aqui três palavras que a princípio explorarei seriam elas: linguística, epistemologia e ciência. Sobre esses assuntos é que falarei a priori. No primeiro dia de aula Baronas nos conceituou o léxico epistemologia - palavrinha que nasceu em terras dos gregos antigos. A epistemologia é a ciência que estuda (de maneira crítica) os princípios, hipóteses e resultados de outra ciência. Uma ciência estuda a outra. No mínimo interessante. Mas não para por aí. A epistemologia não se contenta somente com isso. É preciso mais. Ela almeja mais. Então, além de desses estudos, o próximo passo de um epistemólogo ou de um curioso-metido a fazer epistemologia é determinar os fundamentos, os valores e o alcance dessa outra ciência, dessas outras teorias. É o estudo do conhecimento.

Nesse curso, a tarefa dos futuros lingüistas é estudar de [modo crítico] as grandes teorias da linguística, passando pelo estruturalismo, pelo gerativismo, pelo funcionalismo e pelo materialismo histórico. Nessas aulas já tomamos contato com o estruturalismo. Aliás, essa teoria é a base da lingüística. Base porque está marcada como sendo a teoria da fundação. Os “primeiros” linguistas começaram de modo estrutural, tomando como o objeto da linguagem a língua em sua forma, em sua estrutura em última análise. Desde o primeiro dia da graduação ouvimos (e ainda vamos ouvir muito!) sobre os estruturalistas. Dá-se ao suíço Ferdinand de Saussure a honra de ser o “pai da linguística”, justamente porque foi naquele tempo, naquele espaço, e naquele modo que a linguagem conhecia “outros mares nunca antes navegados”. Nosso pai, então, escreve no início do século XX o livro que inaugura a nossa ciência. O título é “Curso de Linguística Geral”.

Mas o que é, afinal, uma ciência?

O que é a lingüística?

Por a “descoberta” tão tardia de Saussure?

Dentre a vasta bibliografia oferecida para a leitura, Baronas indica um livro que comecei a ler e do qual estou me deleitando: “Filosofia da Ciência” (2008) de ninguém mais e ninguém menos que Rubem Alves, o cara de Campinas que explica tudo de uma forma simples. O livro é um verdadeiro deleite. Tomarei como base esse livro para falar de ciência. Outro livro importantíssimo nessa disciplina é um chamado “Ensaios de Filosofia da Linguística” (2004) do Professor José Borges Neto que faz um traçado epistemológico da linguística. Ademais vídeos da Professora Fernanda Mussalin ilustram os temas a serem estudados.

Bom por ora é isso! Em breve mais novidades. Antes tarde do que nunca, né não Baronas?

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